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Setor de óticas já tem 46 empresas em Santa Cruz do Sul

Impulso do setor vem do maior número de pacientes e da modernização no design dos óculos

Quem tem mais de 30 anos e vive em Santa Cruz do Sul desde a infância certamente lembrará que, naquele tempo, quando o assunto era mandar fazer os óculos, existiam poucas lojas do ramo na cidade. O processo era caro e demorado. Além disso, no passado, usar óculos não era tão bonito assim.

A modernização dos processos de fabricação de lentes, o aumento no número de pacientes em atendimento no município e a transformação dos óculos em acessório de moda alteraram aquela realidade. De acordo com o sistema de alvarás da Secretaria Municipal de Fazenda, hoje existem 46 registros ativos para empresas cuja finalidade principal é vender óculos.

“Antigamente eram quatro, nós e mais três óticas”, recorda Mauro Spode, proprietário da Hoffmann Spode. Com mais de 70 anos no mercado, a empresa familiar, hoje administrada por ele, acompanhou a evolução. Ajustou-se à modernidade, incorporou processos de fabricação e viu tudo se transformar muito rápido.

Em 2007, a empresa encerrou a fabricação de óculos no laboratório próprio. Hoje o espaço é mantido para montagem e ajustes, com acerto de lentes, grau e regulagem. “Desta forma, realizamos um atendimento personalizado”, ressalta.

Para Spode, o consumo ajudou a popularizar o segmento. Segundo ele, há clientes que têm mais de um par de óculos, alternando cores e estilos de armações. “Dependendo do tipo de lente, os óculos agora ficam prontos no mesmo dia. No passado era bem diferente”, recorda.

Na Joalheria e Ótica Kothe, vizinha da Hoffmann Spode e também tradicional no ramo, a percepção sobre a quantidade de óticas na cidade tem a ver com as mudanças no comportamento da sociedade. “Os óculos estão ligados à vaidade, à moda. Temos clientes que buscam apenas uma armação, sem lentes de grau, porque assim usam uma peça da moda”, diz a gerente da empresa, Luana Kessler.

Ela conta que assim como calçados e roupas, os óculos fazem parte da composição do look dos usuários, por isso se tornaram um acessório. “Sempre que saem as tendências para uma estação, o fabricante lança modelos que combinam com a moda.”

Cresce também o volume de pacientes

O médico oftalmologista Antonio Carlos Gontan começou a atuar em Santa Cruz na década de 1970. Ele conta que naquele tempo, o município tinha apenas três médicos dessa especialidade. Pequeno também era o número de óticas – três ou quatro, ele estima. “Hoje nós somos dez ou 11 profissionais em atividade. Imagine que cada um de nós receite cinco óculos por dia – o que é pouco. Serão 50 novos óculos vendidos pelo comércio.”

Para o oftalmologista, não há aumento no número de doenças da visão. Existe, sim, uma quantidade crescente de pacientes, por conta da evolução da população, do acesso aos tratamentos e da condição de Santa Cruz como polo regional de serviços.

A gerente da Bellarte Óptica e Joalheria, Camila Froemming, reforça a explicação do médico. A loja, que pertence a uma rede santa-mariense, foi inaugurada em abril em busca do grande número de consumidores da região. “Quem usa óculos precisa substituí-los a cada dois anos. Santa Cruz tem um potencial grande nesse setor”, avalia.

Spode mostra uma antiga lente de óculos, ainda bruta, antes das mudanças na fabricação

Tendência nacional

Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), na última década houve um crescimento de 172% no faturamento do setor no Brasil.

A evolução tecnológica das lentes e o design moderno das armações são apontados como os fatores que popularizaram o uso dos óculos e os transformaram em acessório de moda. Segundo a Abióptica, em 2017 o segmento faturou R$ 21,04 bilhões.

 

Fonte: Gaz 

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